Qingdao (China). Eles têm entre 29 e 40 anos de idade, são mestres ou doutores em engenharia e representam, hoje, a nova geração da indústria da construção civil do Ceará, que, pela aplicação de novos métodos de gestão, já obtém menor prazo, menor custo e melhor qualidade nos seus empreendimentos.
Está sob a liderança desses jovens a Cooperativa da Construção Civil do Ceará, cujos objetivos se ampliam à medida que avança o intercâmbio com centros acadêmicos internacionais e se estreita a relação com grandes fornecedores estrangeiros de materiais. A Coopercon, que tem uma unidade industrial de corte e dobra de ferro em Maracanaú e instala outra em Natal, terá também, a partir de maio, uma locadora de equipamentos para a construção.
Visita oriental
Ontem, em Qingdao, no Leste da China, os engenheiros Marcos Novaes, 42 anos, presidente da Coopercon; Carlos Fiúza 39, superintendente da Construtotra Diagonal; Germano Câmara, 29, diretor Técnico da Cameron; Rodrigo Freire, 36, vice-presidente da Porto Freire; Antonio Miranda, 35, diretor da Santo Amaro; e Iramilton Gurjão Cardoso, 39, diretor da IGC Engenharia, visitaram a Hongda, uma das maiores fabricantes mundiais de gruas e elevadores de cremalheiras, com cujos diretores negociam a compra de um pacote desses equipamentos.
Carlos Fiúza, há 19 anos na Diagonal, controlada pelo tio João Fiúza, aponta a farta oferta de crédito e a criação da alienação fiduciária como as causas do bom momento que a construção civil experimenta no Brasil. No caso específico de sua empresa, ele vê na parceria com a incorporadora Rossi - "um grupo sério e muito competente" - um dos motivos para o crescimento da Diagonal. "Somos parceiros há cinco anos e tudo indica que nossa parceria terá vida longa", diz Carlos Fiúza.
Nova geração
Germano Câmara, que tem cara de menino, entusiasma-se com a chegada da nova geração ao comando da construção civil cearense. "Mas os homens de mais experiência ainda são necessários para nos guiar com seus conselhos", afirma em referência ao seu pai, Antonio Câmara, que fundou e preside a Construtora Cameron. Para ele, a Missão Empresarial da Coopercon aos Emirados Árabes e à Ásia "é fruto das novas ideias que enfunam a nau da construção civil cearense".
Rodrigo Freire - diretor responsável pela área de incorporação da Construtora Porto Freire - "desde a viabilidade do terreno à venda do empreendimento" -, faz um retrospecto. Ele conta que, em 2007, um grupo de construtores do Ceará veio à China para conhecer a Canton Fair, em Guangzhou. "Viemos há cinco anos apenas ver a feira. Desta vez, é diferente. Somos um grupo que agora veio à China focado no nosso negócio". Antonio Miranda, doutor em engenharia, considera que a construção civil do Ceará deu um salto de qualidade com a Coopercon, hoje transformada em um instrumento de unidade do setor. "Já somos 77 empresas associadas e o viés é de alta", afirma. Na opinião do engenheiro Iramilton Gurjão Cardoso, diretor da IGC Engenharia, o prestígio que conseguiu a construção civil do Ceará se deve aos pioneiros do setor, que abriram "o caminho que levou ao estágio atual, de apropriação de tecnologias, de uso de novos materiais, e redução de custos e de prazo e da adoção de novas práticas de gestão". Se depender da nova geração, a indústria da construção civil cearense terá um futuro ainda mais brilhante do que o presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário