quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cidade tem 21,5 mil m² de área aprovada para construção em dois meses

Com um cenário pouco mais tímido no início deste ano em todo o país, a construção civil continua movimentando a economia da cidade. Somente no primeiro bimestre a prefeitura realizou a aprovação de 292 novas plantas de construção. O número é 65% menor do que o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 844 novas construções. Em relação a área nos dois primeiros meses do ano foram aprovados, 21.510,43m², sendo em janeiro 21.408,63 m², e fevereiro com 7.101,84 m².
O melhor mês do ano para construção civil na cidade foi em janeiro, quando foram aprovados 219 projetos, em fevereiro a quantidade registrada foi de 73 plantas.
No ano passado janeiro teve o recorde do ano com 442 aprovações.
Segundo a secretária municipal de Planejamento Urbano, Cristina Bondezan, apesar da queda acentuada no número de plantas aprovadas, o setor continua em alta. Ela garante que os incentivos federais contribuem para o crescimento demográfico e ampliação imobiliária.
As regiões que receberam o maior número de construções foram regiões oeste, sul e leste da cidade. A secretária destaca que nos dois primeiros casos os empreendimentos são voltados para conjuntos populares e menores, enquanto a zona leste conta com lotes maiores. A região norte também registrou elevação de aprovação de plantas, porém, em ritmo menor. “O desafio de crescer e manter a qualidade de vida no município é equacionar um conjunto de fatores que vai desde o respeito ao meio ambiente, no qual as esferas municipal, estadual e federal estão atentas quando na aprovação de novos loteamentos e empreendimentos, passando pela infraestrutura urbana de serviços (água, luz, esgoto, telefone, guias, sarjetas, asfalto, praças, vias de acesso), bem como os serviços públicos a serem disponibilizados (escolas, unidades de saúde e lazer)”, enfatiza Cristina.

INFRAESTRUTURA
Nas regiões onde foi registrado maior crescimento, moradores reclamam da falta de investimento. Segundo Carlos Luiz Ferreira, 60, que reside na zona leste da cidade há 15 anos, os bairros estão carentes de escolas, lazer. E ainda há o agravante da falta d’água. “São muitas construções novas, porém, o município precisa estudar formas de melhorar a estrutura para a região. Pois não adianta dizer apenas crescer, se os munícipes estão insatisfeitos”, explica Ferreira.
Na região oeste da cidade, no bairro Cavallari, Gabriela Almeida, 35, que mudou recentemente reclama da falta de coleta de lixo, escolas, entre outros problemas. “Foram muitos empreendimentos novos nessa região. Para proporcionar satisfação o aumento precisa ser acompanhado por melhorias em infraestrutura”.


Busca por casa própria também eleva número de empreendimentos

As construções que impulsionam o setor são realizadas tanto em empreendimentos populares como de nível médio e alto. O importante para grande parte da população é sair do aluguel e adquirir um imóvel próprio. A forma de pagamento pode ser à vista ou financiada. O certo é que com a ampliação do número de empreendimentos populares, subsidiados pelo governo estadual e federal, o sonho da casa própria fica mais acessível para muitas pessoas. Como é o caso do eletricista, Luiz Carlos Pessin, 50, que adquiriu um imóvel no Jardim Cavallari na zona oeste, há quatro meses. Com o financiamento do governo, o novo proprietário paga mensalmente R$ 449. “Morei de aluguel 20 anos, está valendo muito a pena. A mensalidade pesava bastante, já que eu pagava uma coisa que nunca seria minha e a casa era antiga. Atualmente quito uma coisa que será minha”.
O comerciante Mail Gil Antunes, 38, mudou para Marília há seis meses. E há 60 dias ele iniciou a construção de residência no bairro Altos do Palmital, zona norte do município. Antunes está construindo uma residência de três quartos para morar com a esposa e a filha. O imóvel de padrão médio está avaliado em torno de R$ 250 mil e já está quitado. Apesar da satisfação do imóvel próprio, Antunes reclama da falta de estrutura no bairro. “Demorei para encontrar um terreno disponível. A cidade está crescendo e ficando cada vez mais descentralizada. Como o bairro é relativamente novo falta investimento como escola. Hoje tudo fica muito longe, causa um certo transtorno”.

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Lojas do setor e trabalhadores são beneficiados

Com o setor da construção civil em alta nada mais normal do que os trabalhadores e comerciantes do ramo lucrarem com o bom momento do setor.
De acordo com o presidente da Fecomac (Federação das Associações dos Comerciantes de Materiais de Construção do Estado de São Paulo), Francisco Donizete Granado, as vendas em 2012 devem atingir níveis recordes com crescimento estimado de 6% sobre o ano passado. “Vivemos realmente um grande momento. Em 2010 já foi um ano para se comemorar e 2011 ficou ainda acima das expectativas”.
Também não falta trabalho para eletricistas, pedreiros, serventes e outros profissionais que atuam na área. Segundo o construtor, Celso Lopes, 49, a quantidade de serviços dobrou para profissionais do setor, principalmente nos dois últimos anos. Lopes conta que por dia trabalhado é pago R$ 200. “Ano passado já foi muito bom. Fiz em torno de cinco residências. Esse ano em três meses já foram duas. Chegamos a dispensar trabalho todos os dias. Não tem como dar conta da demanda e falta mão de obra qualificada no mercado”. O pedreiro Aparecido Carlos dos Santos, 41, está satisfeito com o trabalho e comemora a valorização profissional.
A elevação no número de metragem e projetos aprovados para execução de novos empreendimentos tem provocado o chamado apagão da mão de obra no setor.
O pedreiro Alisson Edmur Lopes, 25 afirma que o mercado da construção está bastante aquecido e muitas vezes ele precisa optar entre dois serviços.

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