Milhões de brasileiros descobriram o prazer de cozinhar e ganhar dinheiro com isso. O setor de gastronomia já emprega mais gente do que o da construção civil, e continua crescendo.
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O engenheiro civil Fernando Pereira abandonou dez anos de trabalho e jura que está feliz. “Eu estava num canteiro de obras lidando com construção civil, construção de casas, e agora estou com a ideia de construir pratos”.
Eles se juntaram a seis milhões de brasileiros que estão num mercado aquecido em fogo alto. A gastronomia movimentou R$ 180 bilhões no Brasil no ano passado, um crescimento de 80% em cinco anos.
O salário de um chef, num restaurante de padrão médio, chega fácil aos R$ 5 mil e vai subindo sem limites conforme o padrão da cozinha.
“Alguns anos atrás, 10, 15 anos, os profissionais de cozinha eles caiam na cozinha por acaso, era quase um subemprego. Hoje as pessoas estão escolhendo estar nas cozinhas, então a gente vê que a cada ano o nível de remuneração está aumentando”, observa a coordenadora do curso de gastronomia do Senac, Luciana Silva.
“Muita gente acha que vai se formar vai entrar numa cozinha e vai fazer tudo como faz exatamente na faculdade. É diferente e dependendo do estabelecimento que você for, eu acho que a pessoa não fica dois dias”, fala o assador Roberto Felizardo.
É a atitude que Alex Atala, o chef brasileiro mais premiado no exterior, cobra dos 30 estagiários que recebe no restaurante dele todo mês e as avaliações são rigorosas. “Eu preciso saber se aquele menino vai suportar a pressão do que é cozinhar ao longo dos anos. Do que é abrir mão dos seus finais de semana, abrir mão de suas datas festivas”.
E ele garante: o trabalho é de equipe. “A boa comida de um restaurante não é feita por um chef. Um chef extrai de uma cozinha que é composta de equipamentos e efetivamente de cozinheiros. O resultado de um restaurante vem de uma equipe coesa, equilibrada e acima de tudo bem treinada”.
Tudo isso, para a satisfação dos outros. “Antes de tudo é altruísmo. É você se entregar, entregar uma parte boa de si para outra pessoa”, diz o professor de gastronomia, Albert Flack.
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