A demolição de quatro prédios da rua Romã, na favela Rio das Pedras, na zona oeste do Rio, começou no início da tarde desta segunda-feira (6). O secretário municipal de Defesa Civil, Márcio Mota, informou que a demolição deverá levar pelo menos uma semana.
Segundo o secretário, após o tombamento parcial do prédio número 32, que foi provocado pelo rompimento de uma coluna durante a madrugada, uma análise foi feita nos edifícios do entorno e foi verificado que as estruturas dos prédios números 33, 34 e 36, também estão comprometidas.
- O que constatamos aqui é o que acontece em muitas favelas do Rio. Vícios que construções que são feitas sem nenhum embasamento técnico. O mais comum são estruturas, colunas e vigas, feitas para suportar um ou dois andares, sustentarem três e até quatro pavimentos. Uma coluna não suportou o peso e se rompeu aqui em Rio das Pedras.
Segundo o Márcio Mota, 18 famílias estão sendo cadastradas no programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, pela secretaria municipal de Habitação, e também vão receber aluguel social no valor de R$ 400, por meio da secretaria de Assistência Social.
Sub-prefeito da Barra e Jacarepaguá, Tiago Mohamed disse que algumas famílias conseguiram casas de parentes e amigos para ficar, mas aqueles que não tiverem para onde ir serão encaminhados para abrigos da prefeitura.
De acordo com o secretário, o edifício número 32 teve que ser escorado. Operários vão usar marretas, já que máquinas poderiam prejudicar ainda mais a estrutura dos prédios vizinhos.
— Esses outros prédios apresentam sinais de comprometimento na estrutura, assim como aquele que desabou, têm rachaduras e estão inclinados para frente ou para o lado. Eles têm três, quatro andares com estrutura muito frágil. As pessoas devem ficar atentas a alguns sinais, como rachaduras, dificuldade em abrir portas ou janelas e estalos. Elas devem ligar para o telefone da Defesa civil (199) ou Corpo de Bombeiros (193).
Moradora do prédio número 33, Maria das Graças da Silva, de 40 anos,acordou com o estalo e os gritos dos vizinhos. Ela havia se mudado para Rio das Pedras há cinco meses.
- Foi um susto, todo mundo gritando. O prédio inclinou e a porta do guarda roupa caiu em cima de mim. Eu já tinha percebido que o prédio estava inclinando. O caimento da água do banheiro já tinha mudado. Agora, não sei para onde vou com dois filhos. Um dele é especial. Estamos na rua desde a madrugada.
Vânia Oliveira mora com o marido e o filho, de 4 anos, em um dos prédios interditados. Ela disse que as rachaduras já haviam começado há duas semanas.
- O prédio começou a rachar há duas semanas. A gente tinha percebido que ele estava tombando, mas a gente vai fazer o quê? Não temos para onde ir.
Outros moradores aguardavam um caminhão da Comlurb que vai ajudar no transporte dos móveis e eletrodomésticos, à beira de um rio que corta comunidade, e torciam para que não voltasse a chover.
Para eles, a construção de uma laje no prédio número 34, no último domingo (5), contribuiu para o tombamento do prédio vizinho, como conta um morador:
- O vizinho aqui bateu uma laje ontem. Pelo que estamos vendo aqui, o prédio cedeu por causa do peso e o edifício ao lado tombou. O valão está engolindo a rua.
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