terça-feira, 11 de setembro de 2012

Projeto sustentável faz casa “sumir” na Mata Atlântica



Um barranco na Mata Atlântica com 30 graus de inclinação e dois anos de burocracia. Esses foram os dois obstáculos que o arquiteto Silvio Sant´Anna, do escritório paulista Vidal & Sant´Anna Arquitetura, teve que vencer para construir, no litoral norte de São Paulo, uma casa para dois irmãos. A região é de preservação e, mesmo atendendo a todos os requisitos ambientais, foi necessário muito tempo até o projeto ser aprovado. A execução, no entanto, levou apenas quatro meses. Ao fim, os clientes conseguiram uma residência em comunhão total com a natureza. Já o escritório levou, em 2011, o Prêmio Planeta Casa, na categoria Projeto Arquitetônico.

A execução do projeto mostra a preocupação de Sant´Anna com a questão ambiental. “Quisemos construir o mais rápido possível, pois canteiros de obra danificam muito o ambiente.” A estrutura da casa ficou pronta em apenas dois meses e meio, e, em mais um mês e meio, ela estava inteiramente montada. Os curtos quatro meses de obra só foram possíveis porque a residência é feita basicamente de madeira e vidro. Mas quem pensa que o uso do material vegetal afeta o caráter sustentável da construção, está enganado. “Usamos apenas madeira com certificação ambiental”, conta o arquiteto.

Outro detalhe que torna o projeto sustentável foi a instalação das colunas de sustentação, que produzem impacto mínimo no solo. O litoral norte é região de Mata Atlântica, e nela a camada de terra costuma ser superficial, com rochas logo abaixo. O que impede deslizamentos é justamente a vegetação e a trama que ela cria sobre essa camada rochosa. “A casa não toca o chão, e, com os poucos pilares, conseguimos manter as características do terreno.”

A construção tem 155 m2 e abriga duas suítes, um quarto, um lavabo, sala de estar, sala social, toalete, cozinha, área de serviço e um amplo terraço. Apesar do tamanho, a residência se mantém dentro do limite de ocupação máxima de 10% do terreno, especificado para aquela região. Além disso, houve impacto mínimo na vegetação. A prova? É preciso alguma atenção para ver que existe uma casa no meio da mata.

O terreno fica no meio da Mata Atlântica e tem um declive de 30 graus

Por se situar em região de preservação ambiental, foram necessários dois anos até o projeto ser aprovado pelas autoridades responsáveis




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