sexta-feira, 7 de junho de 2013

Investimentos em infraestrutura não podem mais ser postergados

São muitos os problemas que um país como o Brasil, de dimensões continentais, enfrenta para conseguir superar toda sorte de desafios e lutar pela harmonização de suas naturais diferenças econômicas, geográficas e sociais. A essa soma de compreensíveis entraves, a atualidade demonstra que se acrescenta a isso a mesma somatória de questões que já deveriam estar resolvidas há tempos, ou, pelo menos, a caminho de obter resultados positivos na permanente busca pelo desenvolvimento e consequente ampliação dos horizontes da Nação.
De um lado, a ineficácia dos antídotos aplicados na permanente ameaça de descontrole inflacionário, da queda na produção e desequilíbrio financeiro de empresas do porte da Petrobrás e Eletrobrás, que, há algum tempo, já anunciam sinal vermelho na marcha pelo crescimento e maior harmonia entre os diversos setores de atividades. Por outro, avulta a insegurança decorrente da lentidão da Justiça e da crescente e inexplicável quebra de contratos que estimula a fuga dos necessários investimentos e parcerias fundamentais para o crescimento tão almejado.
No âmago dessas e outras circunstâncias que necessitam ser equacionadas e resolvidas com urgência ganha cada vez mais ênfase junto a toda sociedade o apagão da logística de transportes, a decadência do já precário sistema existente e a falta de investimentos substanciais e bem administrados na área de infraestrutura em rodovias, ferroviais, portos, aeroportos, extração de petróleo e gás, sem mencionar o fundamental fornecimento de energia elétrica, a cada dia mais insuficiente e comprometido.
A presidente Dilma Rousseff demonstra estar sincronizada com a questão, tanto em manifestações internas quanto em reuniões com os chefes de Estado dos Brics (Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul), recentemente reunidos em Durban, ocasião em que todos concluíram pela urgência em atrair fontes de investimentos para projetos de até US$ 4,5 trilhões em infraestrutura, como forma de assegurar a manutenção dos índices de desenvolvimento fundamentais para que os países desse bloco continuem mantendo suas posições.
Há vários pontos cruciais para que um país possa atrair recursos e tecnologia indispensáveis para esses e tantos outros objetivos. Mas, o que se constata na realidade é que o Brasil ainda não acertou o passo que leve ao sucesso em suas metas. À segurança jurídica, que deve fundamentar todos os compromissos firmados com o objetivo de transformar a iniciativa privada em aliada e não inimiga, também é fundamental a compreensão do papel do investidor, que busca o lucro em função do capital empregado, e não distorcer essa verdade econômica em nome de proselitismos políticos ou ideológicos, superados pela realidade e pela própria História do homem.
A urgente melhoria de todos os sistemas educacionais, que permitam ampliar a formação e qualificação de mão de obra intelectual e operacional, é tarefa fundamental para a operação de todos os setores de logística e infraestrutura. É outro desafio que o Brasil deve enfrentar como já o fez com sucesso, por exemplo, na agroindústria, com safras anuais recordes. Aliás, outro setor produtivo vítima do apagão logístico das estradas, portos e ferrovias. Os recentes cancelamentos de vultosos contratos de fornecimento de grãos a outros países por deficiência operacional dos principais portos do país são a prova mais gritante de que o assunto não pode mais ser protelado. É preciso dinamismo e determinação para eliminar os gargalos.
Há mais, muito mais a ser equacionado e resolvido para que o Brasil finalmente entre na era da modernidade, sem continuar patinando sobre as conquistas já obtidas, enquanto o mundo celebra vitórias nunca antes imaginadas. O Terceiro Milênio está em pleno curso e não pode perder mais uma vez o bonde – hoje TAV - Trem de Alta Velocidade – da História, por falta de logística político-administrativa de seus governantes e cobranças da própria sociedade.
Fonte:Imprensa Sinicesp

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