O cimento é o material mais básico e mais usado no universo da construção civil por todo o mundo. Esse que usamos, o moderno, é conhecido como Cimento Portland, nome dado por seu inventor, Joseph Aspdin, em 1824, em homenagem à Ilha Portland, na Grã Bretanha.
Ele é utilizado para quase todas as etapas do processo de construção civil e assim como a brita e vários outros materiais, também tem uma classificação específica para cada necessidade. As classificações são 11, e devem ser produzidas de acordo com as especificações da ABNT, que dá o direcionamento necessário de casa um deles.
Os onze tipos são:
- CP I – Cimento Portland comum
- CP I-S – Cimento Portland comum com adição
- CP II-E– Cimento Portland composto com escória
- CP II-Z – Cimento Portland composto com pozolana
- CP II-F – Cimento Portland composto com fíler
- CP III – Cimento Portland de alto-forno
- CP IV – Cimento Portland Pozolânico
- CP V-ARI – Cimento Portland de alta resistência inicial
- RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos
- BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
- CPB – Cimento Portland Branco
Vamos agora falar um pouco mais sobre cada tipo de cimento, mas antes vale ressaltar que sua composição básica é a mistura de calcário e argila (90% do primeiro e 10 do segundo), que é aquecido a certa temperatura e gera o clínquer, que será misturado aos aditivos que o classifica.
1. CP I) Este é o mais simples dos cimentos, que tem apenas a adição de gesso, assim como todos os outros, com o objetivo de aumentar o tempo em que ele fica disponível para manuseio, sem que comece a endurecer. Ele é o indicado em casos de construções comuns, sem necessidades específicas como em casos de exposição frequente à água, muita umidade, esgoto, água do mar, etc. Sua resistência é de 25 MPa. Maiores informações podem ser encontradas na NBR 5732.
2. CP I-S) Assim como o CP I, ele é bem básico, mas agora, somado ao clínquer, há um material pozolânico, mesmo que em baixíssima quantidade, que apresenta níveis ainda menores de permeabilidade. A norma técnica que o define é a mesma de seu original.
3. CP II-E) O CP II já tem maiores níveis de aditivos além de apenas o gesso, e tem algumas classificações. A primeira é o ‘E’. Ele tem adição de escória granulada de alto-forno. O que muda? O material dá uma propriedade de baixo calor de hidratação ao cimento, , o que lhe confere a propriedade de baixo calor de hidratação, que é uma propriedade utilizada quando há a necessidade de um material que não libere tanto calor e que não venha a gerar fissuras na estrutura por causa do calor, que são, quando usado o cimento errado, normais. A quantidade percentual desse aditivo é de 6 à 34%, que varia de acordo com a necessidade e com a marca do cimento. Suas especificações podem ser encontradas na NBR 11578 e sua resistência é de 25 MPa.
4. CP II-Z) Este tem, assim como o CP I-S, adição de material pozolânico para aumentar a impermeabilidade. A massa do composto varia de 6 a 14% e é o mais recomendado em cados de grande exposição à água, geralmente em obras subterrâneas. Pode ter também adição de até 10% de fíler. Resistência é de 32 MPa e também a NBR 11578 que possui maiores informações sobre ele.
5. CP II-F ) O que muda neste caso é que além do clínquer e gesso, são adicionados apenas de 6 a 10% de um material chamado fíler, que foi citado acima. Ele é mais recomendado para vários casos, desde que não sejam excessivamente agressivos, ou seja, que precisem de meios mais específicos de precaução. Pode ser usado desde o revestimento à aplicação em estruturas de concreto armado, que necessitam de maior resistência, essa que é de 40 MPa. A norma que o define é a mesma do CP II-Z e do CP II-E.
6. CP III) De acordo com a NBR 5735, o cimento CP III, que é classificado como o de alto forno, pode ser utilizado desde aplicações mais simples, como na estrutura de concreto simples, armado ou protendido, à obras de ‘maior agressividade’, como barragens, pistas de aeroportos, fundação, pavimentação de estradas em geral, local onde passará o esgoto, como as manilhas e tubos industriais com potencial químico. Ela apresenta maior durabilidade que os outros, grande nível de impermeabilidade e baixo calor de hidratação, que evita a dispersão rápida de calor. Pode ser encontrado com 25, 32 e 40 MPa.
7. CP IV) Ele é classificado como Pozolânico, pois tem em sua composição entre 15 e 50% de material desse tipo. Os valores altíssimos desse composto dão a ele uma taxa de impermeabilidade imensa, além de uma maior durabilidade e resistência mecânica à compressão, o que torna-o o mais recomendado para casos de forte interação com a água e que esteja exercendo sobre ele, pressão, como casos de água corrente, em rios e obras para adaptação de cachoeiras, etc, e em ambientes agressivos, como barragens menores. Ele também é recomendado para grande exposição a sulfatos, como ambientes com potencial ácido, e é recomendado para a concretagem sob temperaturas elevadas e em grandes volumes. A resistência pode ser 25 ou 32 MPa. Para mais informações consulte a NBR 5736.
8 – CP V-ARI) ARI significa Alta Resistência Inicial, ou seja, em pouco tempo ele já alcança grande resistência, e é recomendado em casos de necessidade de desforma rápida, por exemplo. Assim como o CP I, ele é bem básico, sem adições, mas ele se diferencia no tipo de clínquer que é usado para ser produzido, que tem dosagens diferentes de calcário e argila. Em apenas um dia ele já pode chegar a 26 MPa de resistência.
9 - RS) O RS significa Resistente a Sulfatos. Os ambientes com maiores níveis de sulfato são como o esgoto, o mar e ambientes de indústria, e precisam de um tipo específico de cimento para que haja maior duração. O aditivo? Depende de quais outras especificações deseja seguir. Qualquer um dos já classificados podem ser resistentes a sulfato, desde que sejam dosados da maneira correta. Confira na imagem abaixo o que deve ser feito em certos casos.
10. BC) O BC é classificado como de baixo calor de hidratação, e ele é agregado a outra sigla, ou seja, essa característica pode ser acrescida, assim como o RS, à qualquer outra das classificações mais específicas (Ex.: CP V-ARI (BC)). Ele evita o aparecimento de fissuras térmicas na estrutura, e pode agregar à outros para deixá-lo mais duradouro dentro de suas necessidades.
11. CPB) Este é o Cimento Portland Branco. Como já diz o nome, ele tem a cor branca, e sua única especificação é, de fato, a aparência. Ele normalmente é utilizado entre os azulejos, o conhecido rejunte, e para a parte estrutural em momentos de necessidade devido às recomendações do projeto arquitetônico.
Fontes: ECivil, Equipe de Obra, Pedreirão;
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