quarta-feira, 16 de julho de 2014

Sustentabilidade no segmento de shoppings centers


Recente levantamento da ITC – Inteligência Empresarial da Construção sobre o total de obras de shoppings Center no Brasil, divulgado em agosto/12, revela que estão em andamento 186 projetos para construção de shoppings centers, totalizando investimentos da ordem de US$ 8,5 bilhões.

Destas obras, 98 (53%) estão concentradas na região sudeste, mas há registros de construções em praticamente todos estados do país, com exceção do Acre.  São 41 obras com previsão de entrega até 2014 e 145, a partir de abril de 2013 a 2015. 

Assim, a hora é agora para se pensar na sustentabilidade desses negócios intensivos em capital. Há muitos equívocos quando se fala em sustentabilidade de shoppings. Em primeiro lugar, deve estar a perenidade dos negócios e a competitividade que são conseguidas com atração dos clientes, com elevado nível de satisfação dos lojistas e com garantia de remuneração para os investidores. 

A atração de potenciais clientes se dá pela criação de espaços extremamente agradáveis e aprazíveis que gerem uma boa sensação de conforto e acolhimento. Aqui é preciso muito cuidado com a iluminação natural que, em excesso, pode prejudicar o comércio, a segurança e o conforto. Recentes shoppings de tradicionais marcas têm apresentado erros na iluminação natural, ofuscando compradores e seguranças e injetando raios solares nas vitrines.

De outro lado, temos visto uma excessiva obsessão por reduções de custos. Vale lembrar que nada adianta ser extremamente eficientes do ponto de vista de água e energia se o shopping não atrai clientes por não oferecer ambientes agradáveis.

Resolvida a primeira questão (atração do potencial consumidor) o segundo ponto é conquistar a confiança e satisfação do cliente interno, isto é, o lojista. Para tanto, é recomendável que seja estabelecida uma relação absolutamente transparente para gerar essa confiança. A satisfação é decorrente do profissionalismo e da gestão participativa, a menores custos de operação e manutenção. Para se conquistar a confiança do lojista nos sempre “duvidosos” custos de operação e manutenção (O&M) é importante que o shopping passe por periódicas auditorias que garantam que ele está sendo operado e mantido dentro dos melhores padrões e a mínimo custo. Assim, é de todo conveniente que a administração do Shopping conquiste uma certificação, por terceira parte, que confirme a eficiência de sua gestão. 

É preciso lembrar que: 

• Dizer-se sustentável é diferente de ser auditado e certificado por instituições de reconhecimento internacional

• Os benefícios de economia em energia e água de empreendimentos certificados chegam a mais de 30%

• Há reais reduções de custos operacionais e de manutenção

• Há um rápido retorno do investimento em tecnologias economizadoras

• Os projetos sustentáveis privilegiam o aumento do conforto, do bem-estar e da satisfação dos ocupantes

• A comunicação dos aspectos da sustentabilidade é importante para gerar percepção de diferenciação

• A simples certificação não torna um empreendimento sustentável. É preciso focar no negócio, nas pessoas e na minimização de riscos. 

*Newton Figueiredo é fundador e presidente do Grupo SustentaX, que desenvolve, de forma integrada, o conceito de sustentabilidade empresarial ajudando as corporações a terem seus negócios mais competitivos e sustentáveis, identificando para os consumidores produtos e serviços sustentáveis e desenvolvendo projetos de sustentabilidade para empreendimentos imobiliários.

Fonte: http://www.obra24horas.com.br/artigos/sustentabilidade/sustentabilidade-no-segmento-de-shoppings-centers 

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