O aeroporto
de São José dos Campos pode ganhar um novo terminal de passageiros capaz
de atender até 2 milhões de pessoas por ano, muito acima da atual
capacidade, de 90 mil usuários por ano.
A proposta foi feita pela
Prefeitura de São José dos Campos à SAC (Secretaria de Aviação Civil),
órgão da Presidência da República, em reunião anteontem em Brasília,
intermediada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco
Antonio Raupp.
Segundo o vice-prefeito Itamar Coppio (PMDB), que
participou do encontro, o novo terminal seria construído em uma área de
92 mil metros quadrados pertencente à Avibras Aeroespacial, empresa do
setor de defesa de São José dos Campos. O terreno fica às margens da
pista de decolagem.
“É a solução definitiva para o problema do aeroporto de São José, que tem capacidade limitada de atendimento”, afirmou Coppio.
“Tanto o ministro [Wagner Bittencourt, da Secretaria de Aviação Civil]
quanto o presidente da Infraero [Antonio Gustavo Matos do Vale] gostaram
muito da nossa proposta”, afirmou Coppio.
A reunião em Brasília
contou ainda com o prefeito Carlinhos Almeida (PT), o secretário de
Desenvolvimento Econômico de São José, Sebastião Cavali, e o presidente
da Avibras e da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de
Materiais de Defesa e Segurança), Sami Hassuani.
Segundo Coppio, a
Avibras já teria concordado com a proposta. “É questão agora de
entendimento entre a Secretaria de Aviação Civil, a Infraero e a
empresa. Todos estão com boa vontade.”
Projeto. A
proposta defendida pela administração petista é uma variação do projeto
estudado e também proposto ao governo federal pelo ex-prefeito Eduardo
Cury (PSDB).
Em julho de 2011, O VALE divulgou com exclusividade que
a prefeitura, o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia
Aeroespacial) e a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) estudavam a construção de um novo aeroporto no lado oposto à pista do atual terminal, na região sudeste de São José. O projeto acabou engavetado.
Acesso.
Para Coppio, a viabilidade da proposta do novo terminal na área da
Avibras se dá por pelo menos três motivos: capacidade de atendimento de
passageiros, acesso facilitado pelas rodovias Tamoios, Carvalho Pinto e
Dutra e possibilidade de ampliar o aeródromo no futuro.
“Estamos
pensando em uma demanda de passageiros não apenas regional, mas que
atenda também o sul de Minas Gerais, podendo chegar a 4 milhões de
passageiros”, disse o vice-prefeito.
Ele não soube informar como
ficaria o projeto de ampliação do atual terminal de passageiros que está
sendo analisado pela Infraero. “Não sei dizer o que seria feito desse
terminal. Isso é com o governo.”
Repercussão. A proposta da prefeitura foi bem recebida por pessoas ligada ao setor industrial e aeronáutico, mas com ressalvas.
Lauro Ney Batista, presidente da Cedaer (Comissão Empresarial para o
Desenvolvimento Aeroespacial de São José dos Campos e Região), disse que
o espaço no atual terminal de passageiros é insuficiente para a
necessidade da região e que a construção de um outro seria a solução
ideal. A dúvida é em que área.
“Desconheço essa área da Avibras. Não sei se é adequada para as necessidades de um terminal”, afirmou.
Almir Fernandes, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de
São Paulo) de São José, disse que a solução para a saturação do aeroporto tem que ser definitiva, e não paliativa. “Seja o que for, não dá mais para soluções temporárias, com ‘puxadinhos’.”
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