
Esse é apenas um dos muitos investimentos bilionários que o estado gaúcho e cidades do sul do país estão recebendo. De acordo com pesquisa realizada pela Rede de Obras, ferramenta de pesquisa da e-Construmarket, as cidades de Rio Grande, Triunfo e Guaíba no Rio Grande do Sul, Araquari, em Santa Catarina e São José dos Pinhais, no Paraná, devem receber investimentos acima de R$ 1 bilhão cada uma neste ano de 2012, de projetos de empresas como Petrobras, Mater LNG, Braskem, Fibria e Grupo Nissan-Renault do Brasil.
O estaleiro EBR, em São José do Norte, está na fase de projeto, com investimentos previstos de
R$ 1,1 bilhão
R$ 1,1 bilhão
Setor | Empresa | Investimento (em bilhões de reais) |
Emprego Direto |
Emprego Indireto |
Cidade | Conclusão |
---|---|---|---|---|---|---|
Automotivo | GMB | 2,35 | 1000 | 3000 | Gravataí | out-12 |
Celulose | CMPC | 4,20 | 10500 | 16500 | Guaíba | jul-14 |
Oceânica | EBR | 1,10 | 6000 | 5000 | São José do Norte |
N/D |
Oceânica | ENGEVIX | 1,00 | 7000 | 21000 | Rio Grande | jul-14 |
P&G | REFAP/UTC | 1,60 | 4500 | N/D | Canoas | jan-12 |
Fonte: AGDI-RS
INDÚSTRIA OCEÂNICA
O diretor de Planejamento, Programas e Captação de
Recursos da AGDI, Ivan De Pellegrin, coordenador da Política Industrial
do Rio Grande do Sul, comenta que o primeiro grande conjunto da
indústria oceânica e do polo naval do Estado a se estruturar foi em Rio
Grande, com apoio da Petrobras. “À medida que os investidores foram
chegando, percebemos que teríamos problemas, que a Região ficaria
saturada em termos de estrutura e mão de obra antes que fossem
implantados todos os projetos”.Para atender à demanda de Rio Grande, o governo estadual começou a desenvolver o potencial hidrográfico do estado. “Hoje podemos dizer que temos dois polos navais. O primeiro em Rio Grande, no sul do estado, que está em ampliação e tem grande demanda para a Construção Civil. Na área contígua ao ERG está sendo instalado o Estaleiro Rio Grande-2 (ERG-2), da empresa Ecovix. Já o estaleiro EBR, em São José do Norte, está na fase de projeto, com investimentos previstos de R$ 1,1 bilhão”, comenta.
O segundo é o Polo Naval de Jacuí. “Ele já conseguiu atrair para esta região, mais ao norte do estado, grandes empresas para a construção dos módulos, que serão conduzidos por hidrovias até Rio Grande onde serão montadas as plataformas”, informa. Portanto, Jacuí e Rio Grande têm grande demanda por obras de Construção Civil, para construção das plantas de um conjunto de empresas como Quip, Metasa, Engecampo, UTC, entre outras, que estão se instalando no Rio Grande do Sul.
A nossa perspectiva do ponto de vista de demanda para novas obras é
muito grande. É um conjunto de ações do governo do estado, governo
federal e iniciativa privada que vai gerar um movimento muito grande nos
próximos dois anos
A chegada de novas empresas ocorre também em geração de energia eólica, um setor novo no estado, mas que tem atraído investidores, com reflexos na economia em geral. “Não tenho a menor dúvida de que tem havido grande crescimento no setor da Construção Civil no estado por conta desses investimentos”, afirma.
Além das ações da iniciativa privada, há a atuação do governo estadual, principalmente no setor de infraestrutura. De Pellegrin informa que há um amplo projeto de implantação de rodovias, banda larga, investimentos no desenvolvimento das hidrovias, em terminais portuários, aeroportos, construção de um novo centro de convenções, revitalização do Parque Assis Brasil, construção do estádio para Copa do Mundo de 2014, entre outras obras. “A nossa perspectiva do ponto de vista de demanda para novas obras é muito grande. É um conjunto de ações do governo do estado, governo federal e iniciativa privada que vai gerar um movimento muito grande nos próximos dois anos”, afirma.
Ele conta que o governador Tarso Genro, em seu primeiro ano de mandato, conseguiu recuperar um crédito de R$2,3 bilhões que a companhia energética gaúcha tinha a receber da União. “A reinserção do Rio Grande do Sul no orçamento federal garantiu ainda R$2,6 bilhões para estradas e R$2,7 bilhões para saneamento – angariados em fontes como Orçamento Geral da União, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial. Somando estas e outras negociações, temos R$10 bilhões em aportes. Algo que há muito não se via no Rio Grande do Sul", afirma. Explica ainda que os investimentos previstos são reflexos da política industrial. “De um ano e meio para cá o governo do estado conseguiu, com apoio de outros setores da sociedade, traçar um plano de desenvolvimento. Com isso, melhoramos a atratividade do estado para novos investimentos”.
De Pellegrin afirma que a política industrial do Rio Grande do Sul é sedimentada em cinco eixos: Setorial; Cooperação, voltada para o setor cooperativista; Firmas e Empresas, para receber empresas e oferecer condições de competitividade; Transversal, que são os incentivos fiscais ou de capital pró-competitividade, inovação tecnológica, parques industriais; e Infraestrutura, para possibilitar o desenvolvimento dos investimentos privados, com capital da empresa, como no caso da CMPC cuja ação em Guaíba, prevê investir em infraestrutura para atender o processo de ampliação de suas atividades.
Atualmente a fábrica de Guaíba produz 450 mil ton/ano de celulose. Com a ampliação, passará a produzir 1,8 mil ton/ano, com expectativa de 100% de comercialização da produção. A previsão para o início das operações comerciais é o segundo semestre de 2014. Segundo a empresa, o valor total do investimento previsto será de R$ 4,6 bilhões, divididos em três grandes áreas: industrial, florestal e infraestrutura.
A Celulose Riograndense está destinando cerca de R$40 milhões em obras viárias que contribuirão para a mobilidade urbana de Guaíba, por meio de uma parceria público-privada estabelecida com o governo municipal. As obras estão sendo executadas como contrapartida, diante das mudanças decorrentes da futura ampliação da unidade da empresa. As obras consistem na execução de redes de água, de esgoto e pluvial e da duplicação, pavimentação e repavimentação de diversas ruas e avenidas. Serão construídas sete rótulas nas interseções mais importantes, totalizando 12 km de vias pavimentadas e 7 km de ciclovias.
A empresa inicia, a partir do segundo semestre de 2012, o processo de migração do óleo combustível para o gás natural. O insumo, a ser fornecido pela distribuidora Sulgás, será utilizado inicialmente no forno de cal. A previsão da companhia é substituir integralmente o uso do óleo combustível nos demais equipamentos da unidade em um prazo de até dois anos, antes, portanto, do início das operações da nova fábrica de celulose do grupo, previsto para ocorrer no início de 2015.
O investimento inicial da Celulose Riograndense na substituição de queimadores de óleo para os de gás e demais interligações que venham a ser necessárias será de, aproximadamente, US$ 1 milhão. A maior parte do aporte necessário para viabilizar o projeto será feita pela Sulgás, cujos investimentos para a construção do gasoduto em Guaíba somam R$21 milhões.
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