No Congresso da FIP, realizado em 1974 em Nova York, foram discutidas as boas práticas de projeto. Alguns dos aspectos levantados estão resumidos a seguir, na forma de dez princípios. Em alguns casos podem ser aplicados tanto a projetos quanto à vida em geral.
Nota: Os 10 primeiros princípios foram compilados da última edição da Revista TQSNews, em tradução livre efetuada pelo eng. Dácio Carvalho de Fortaleza, CE em 15 de novembro de 2011. Os demais princípios foram acrescentados neste Blog.
Princípio 1 - Você não pode ter tudo.
- Cada solução tem vantagens e desvantagens que devem ser ponderadas.
Princípio 2 - Você não pode ter algo por nada.
- Todos, de uma forma ou de outra, pagarão por algo que, aparentemente, lhes chega de forma “gratuita”. Entretanto, não se deve desconsiderar a possibilidade de que a solução “ofertada” possa oferecer algumas vantagens.
Princípio 3 - Nunca é tarde demais!
- Por exemplo, para alterar um projeto ou reforçar uma estrutura antes que esta entre em colapso, ou para ajustar ou mesmo alterar princípios empregados anteriormente à luz de maior conhecimento e experiência.
Princípio 4 - Não há evolução sem risco calculado.
- Embora seja indispensável garantir-se a necessária segurança, o excesso de conservadorismo pode
fazer com que estruturas novas e atípicas nunca sejam adequadamente compreendidas.
Princípio 5 - A “prova do pudim” se faz ao comê-lo!
- Este está em conexão direta com o princípio anterior, indicando a necessidade de ensaios.
Princípio 6 - A simplicidade é sempre uma vantagem, mas cuidado para não pecar por excesso.
- Isto pode, por exemplo, levar a cálculos teóricos que não contemplem todas as condições de contorno do problema.
Princípio 7 - Não generalize e sim tente compreender e adequarse a circunstâncias específicas.
- Mal entendidos graves podem ser causados por generalizações imprudentes.
Princípio 8 - A pergunta importante é: “o quanto é bom” e não “quão barato custa”.
- O baixo preço ofertado por um cliente inexperiente geralmente resulta em trabalho ruim. Semelhantemente, a utilização de ferramentas ainda não testadas e comprovadas pode resultar na necessidade de futuras correções.
Princípio 9 - Vivendo e Aprendendo!
- É sempre possível incrementar seu próprio conhecimento e experiência, embora esse possa já ser
familiar a outros.
Princípio 10 - Nada é completamente novo.
- Nada acontece ou é descoberto de repente, mas sim em um processo de desenvolvimento lento e
gradual.
Considerando que "alguns anos" já se passaram desde que tais princípios foram elencados, de forma respeitosa, seria interessante acrescentar alguns outros, que acreditamos possam ajudar em certas decisões.
Princípio 11 - Entre duas ou mais possíveis explicações para um determinado problema, a solução mais provável é, em geral, a mais simples.
- Não adianta complicar demais uma solução, especialmente quando a mais simples se tornar a mais elegante e funcional.
Princípio 12 - O que é estranho ou feio em geral está errado.
- Soluções que não respeitam princípios como estética, especialmente proporção e simetria, geralmente conduzem a perdas de material e, por vezes, soluções inseguras.
Princípio 13 - Deve-se usar um material conforme suas características.
- Não existe um material melhor sempre, ou melhor que outro. A melhor escolha é feita quando se adequa as características de um dado material às suas funções. Assim, leveza, resistência, rigidez e durabilidade devem ser consideradas características estruturais importantes.
Princípio 14 - Deve-se gastar mais onde há maiores solicitações.
- Seguindo o exemplo da natureza, um galho é mais grosso junto a árvore, onde as solicitações oriundas de seu peso se integram. Assim, em elementos estruturais otimizados onde o emprego do material deve ser pensado conjuntamente a forma da peça.
Princípio 15 - A forma e a função devem andar de mãos dadas.
- A forma buscada para uma estrutura ou produto deve ser precedida da escolha de suas funções, assim como na natureza, a melhor forma é aquela que se ajusta a função. As pernas são mais grossas que os braços por conta do maior peso que carregam, decorrente do processo de evolução do homem, que passou a se movimentar em duas pernas.
Princípio 16 - O melhor caminho para o encaminhamento dos esforços em geral é o mais curto e simples.
- Por que complicar a forma de uma estrutura a tal ponto que o caminho de um carregamento seja o mais complicado possível? O melhor é abreviar o caminho vertical das cargas, em respeito as forças gravitacionais.
Princípio 17 - Nunca confie a segurança de algo a um único elemento.
- As ligações entre elementos é um ponto delicado quando se trata de segurança, pois são elos únicos. A redundância neste caso deve ser vista como aliado à segurança.
Princípio 18 - O arranjo eficiente geralmente distribui seus esforços por todos os seus elementos, evitando concentrações ou ausência de solicitações.
- Quanto mais otimizado é um arranjo de uma estrutura ou produto, maiores as contribuições que todos os seus elementos podem trazer.
Princípio 19 - A eficiência de uma estrutura ou produto também depende da natureza das solicitações a que são submetidas.
- As solicitações podem ter características estáticas ou dinâmicas, por exemplo, e influenciar fortemente o desempenho do produto.
Princípio 20 - Entre caminhos alternativos, as solicitações caminham geralmente pelos mais rígidos.
- Isso acontece nas estruturas, em geral, quando o número de soluções ultrapassa o número de equações de equilíbrio.
Fonte: Blog da Civil
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