sexta-feira, 6 de junho de 2014

Falta de chuva seca hidrovia em SP e para transporte de grãos e celulose

A falta de chuvas na região da bacia Tietê-Paraná deixou os rios com o nível abaixo do normal e está inviabilizando o transporte de grãos e celulose do interior para o litoral do Estado de São Paulo. Em Pederneiras, a 320 km da capital paulista, onde fica o principal porto intermodal do Centro-Oeste paulista, construído exclusivamente para receber a produção de grãos, celulose e minerais pela hidrovia Tietê-Paraná, as barcaças estão paradas às margens do rio.
A hidrovia possui 2.400 quilômetros de extensão e liga o Paraná a Goiás, passando pelo Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
Com a seca, o governo federal, por meio do ONS (Operador Nacional de Sistema Elétrico), decidiu pela segunda vez em menos de uma semana reduzir o calado, parte da embarcação que fica dentro da água. 
Com a medida, as barcaças que fazem o transporte pelo canal de navegação da hidrovia não podem estar com o calado mais que 60 centímetros abaixo da água. Há cerca de uma semana, a redução havia determinado um metro como limite, ainda assim bem abaixo dos três metros de profundidade que são considerados como normal. 
De acordo com informações da Capitania de Barra Bonita, com esse calado o transporte pela hidrovia fica inviável, pois não há profundidade suficiente para a passagem das embarcações, principalmente as que transportam grãos.
A primeira alteração já havia diminuído a capacidade de transporte dos comboios de 6.000 toneladas de carga para pouco mais de 500 toneladas. Agora, com a nova redução, economicamente o transporte também se torna inviável, de acordo com a capitania.
Segundo o órgão, as empresas que fazem uso da hidrovia estão paradas ou devem tomar a medida nos próximos dias. Com a crise, os caminhoneiros que levam os produtos até os portos das empresas que operam com o transporte pela hidrovia fazem fila no local por dias, esperando pelo recebimento do produto.
Cada barcaça consegue levar, com a navegação normalizada, a carga equivalente à de 200 caminhões. O escoamento da produção até Santos está sendo feito pelas rodovias, o que aumenta o custo. Pela hidrovia, a tonelada transportada custa, em média, R$ 45. Pelas rodovias, o valor chega a R$ 170.







Fonte: Wagner Carvalho, Do UOL, em Bauru, 06/06/201406h00

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