Muitas obras executadas no Brasil por pequenas empresas, são realizadas de forma artesanal, ou seja, sem planejamento de execução e custo, sem garantia do cumprimento do prazo previamente estabelecido e sem a estimativa de custo total da obra. Esse problema que já é freqüente a muitos anos na construção civil, se agrava e é bem visível nas obras públicas de pequeno porte e até mesmo nas de grande porte, que geralmente estão envolvidas em rede de corrupção, nas obras de pequeno porte a falta de planejamento e controle das pequenas empresas contratadas e a falta de fiscalização das pequenas prefeituras, acarretam em obras deficitárias e/ou inacabadas.
A falta de planejamento dessas pequenas empresas é um dos principais fatores de causa da sua curta duração no mercado da construção civil, essas empresas fogem do planejamento por acharem ser mais fácil dirigir o presente do que pensar no futuro, dessa maneira, por exemplo, os serviços passam a ter uma seqüência ou uma rotina diária de improviso e indeterminação, saindo de uma programação ou de um cronograma previamente elaborado para a obra.
Todos esses fatores geram incerteza de prazo, de custo e de garantia da qualidade final do serviço. Outro fator que pode ser considerado é o fator humano envolvido em cada fase do serviço, a falta de treinamento e incentivo da mão-de-obra, afetam diretamente na produtividade e na qualidade do serviço e aumenta o tempo de execução e os custos. Portanto "A obra não é o dia a dia e sim o planejamento do dia".
O planejamento permite:
- definir a organização para execução dos serviços;
- tomar decisões;
- alocar recursos;
- integrar e coordenar esforços e conhecimentos de todos os envolvidos;
- garantir a comunicação entre os participantes da obra;
- conscientizar a todos sobre prazos, custos e qualidade referentes a obra;
- definir a hierarquia dentro e fora da obra;
- criar bancos de dados, composições e parâmetros de controle e custo;
- definir diretrizes para o projeto.
O planejamento é vital para uma empresa realizar as suas metas e si firmar no mercado, as pequenas empresas da construção civil devem desenvolver um plano de trabalho que vise não só os lucros, mas sim o planejamento correto de suas atividades dentro e fora do canteiro de obras, as planilhas orçamentárias e os cronogramas, devem ser elaborados dentro uma realidade estimada de acordo com a obra, as empresas devem desenvolver planos de investimento em treinamento, capacitação e apoio técnico, tudo isso de forma que se enquadre dentro da realidade financeira da empresa.
* João Bosco Vieira da Silva é Engenheiro Civil
Fonte: http://www.obra24horas.com.br/artigos/gestao-e-construcao/a-falta-de-planejamento-das-pequenas-empresas-na-construcao-civil
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Arquitetura Inclusiva – Uma nova cultura
A arquitetura inclusiva é a arquitetura que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos. Esse paradigma marca uma nova cultura e um caminho promissor aos profissionais que concebem os espaços. É importante compreender através de um breve histórico a evolução desse processo.
A arquitetura no Brasil passou a ser representativa a partir do período Modernista. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os territórios privilegiados onde surgiram grandes arquitetos como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, João Villanova Artigas, Oswaldo Bratke e tantos outros de importância impar nesse quadro de valorização da estética brasileira.
Esse período da arquitetura foi muito valioso e marcou profundamente conceitos de estética e construção que são ensinados até os dias de hoje. Um dos mais respeitados personagens desse período foi Le Corbusier um francês que difundiu a base desse movimento pelo mundo. Um dos preceitos para esse tipo de produção era padronizar o homem. O ícone a ser seguido era muito bem representado pelo desenho do corpo humano feito por Leonardo da Vinci que possuía dimensões perfeitas de um homem jovem, saudável e esbelto.
Foi a partir daí, que pessoas deficientes, idosos, grávidas, crianças e todos os cidadãos que fogem ao modelo padrão foram realmente excluídos no ato de projetar. As barreiras arquitetônicas e o desconforto no uso das edificações ficaram evidentes após a Segunda Guerra Mundial, onde veteranos de guerra, mutilados, não conseguiam exercer mais funções.
Após aproximadamente 15 anos do fim da Guerra surge à primeira padronização de acessibilidade nos Estados Unidos. A evolução desse processo de inclusão derivou anos depois no conceito do Universal Design que é o design de produtos e de ambientes para serem usados por todas as pessoas, na maior extensão possível, sem a necessidade de adaptação ou design especializado, apresentado pela North Caroline State University (EUA).
Seus princípios são, essenciais aos profissionais que desejam produzir espaços para a diversidade humana, que seguem:
1- Uso Equitativo;
2- Flexibilidade no uso;
3- Uso simples e intuitivo;
4- Informação Perceptível;
5- Tolerância ao erro;
6- Baixo esforço físico;
7- Tamanho e Espaço para aproximação e uso.
Além disso, fatores como economia, estética, desenvolvimento sustentável, qualidades culturais também devem ser considerados. No Brasil, os deficientes foram esquecidos por muito mais tempo. Somente na década de 80 que começaram a ocorrer transformações no que tange a legislação e algumas poucas intervenções espaciais.
Até os dias de hoje, é possível encontrar profissionais de arquitetura produzindo para o homem-padrão. Uma parcela muito significativa da população continua a ser excluída por falta de condições adequadas.
Segundo o censo de 2000 o número de pessoas com deficiência representa 15% do total de brasileiros e os idosos 8,5%. Esse último grupo mencionado vem crescendo a cada ano, pelos avanços da medicina que proporcionaram um aumento significativo da expectativa de vida. Essas pessoas não podem mais ser esquecidas.
Por isso é importante que haja uma mudança real por parte dos arquitetos no processo de elaboração dos espaços. A legislação está cada vez mais forte, obrigando a implantação de rampas, corrimãos, sinalização, enfim, acesso sem barreiras em locais de uso público.
Uma norma técnica brasileira muito relevante é a NBR 9050/04 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos e que tem força de lei federal. Nesse documento existem diversos parâmetros obrigatórios para que as produções arquitetônicas respeitem a diversidade.
Outras legislações que se destacam nesse universo são as leis federais n° 10.048 e n° 10.098 regulamentadas através do decreto 5.296 de 2 de Dezembro de 2004. A primeira trata de atendimento prioritário e de acessibilidade nos meios de transportes e a segunda subdivide a acessibilidade ao meio físico, meios de transporte, comunicação e informação e em ajudas técnicas.
Com essas medidas, aliadas aos empenhos de organizações não governamentais e por pessoas interessadas, a implantação da acessibilidade no Brasil está crescendo. E os termos como inclusão, acessibilidade, direito de ir e vir estão bem mais comuns a população.
A acessibilidade, hoje, está contida em muitos locais, desde as áreas comuns de condomínios, vias de circulação de pedestre, transportes coletivos, mobiliários urbanos até em edificações de uso público. Assim passo a passo, uma rede articulada acessível começa a ser esboçada e as pessoas estão começando a ter mais independência e autonomia.
Os benefícios dessas transformações estão sendo ampliados também para as residências. Isso é bem interessante, porque ao levar esse conceito para a esfera privada, surge uma visão relativamente nova de casa para vida toda. Esse conceito garante que a moradia suporte mudanças e adaptações ao longo dos anos, de modo que atenda as diversas necessidades que cada fase da vida solicita, sem prejuízo ou comprometimento do espaço.
Dessa forma a pessoa pode viver na residência desde a infância até a fase madura se quiser, sem a necessidade de mudar por razões como: riscos reais de acidentes, falta de espaço ou desníveis acentuados, por exemplo.
Os clientes ao conhecerem esse tipo de conceito se interessam muito, pois obtêm espaços mais flexíveis, seguros, confortáveis e de pouco esforço físico e que se implantado desde o início da construção custa um pouco a mais. Na BIO ARQ – Soluções em Arquitetura, empresa que tem como missão aplicar o conceito do Universal Design em seus projetos, tem experiências concretas dessa aplicabilidade.
Uma cliente de espírito jovem, aos 70 anos adquiriu uma residência de 250 m2 no bairro do Jabaquara em São Paulo, o desafio foi transformá-la em uma casa para a vida toda. Hoje, ela mora em um local com: poço de elevador; iluminação reforçada, principalmente nas escadas; corredores amplos; piso sem desnível, além de muita estética e conforto. A senhora relata que sente aconchego em sua casa e recursos como uma lâmpada no trajeto entre o quarto e banheiro a deixa mais confiante, evitando tropeços e quedas no período noturno.
Outro cliente, um importante cartório de São Paulo, passou por reestruturação em seu espaço, para receber piso podotátil, comunicação visual, vaga reservada para veículos autorizados, orelhões com alturas e estruturas adequadas ao uso de cadeirantes e deficientes auditivos, corrimão de duas alturas nas escadas, sinalização em cada degrau, entre outras alterações. Depois de concluído o trabalho, os comentários de funcionários do local era de que não imaginavam que a acessibilidade poderia transformar o espaço em um local mais agradável.
O desafio de produzir para todos é enriquecedor e os resultados são sentidos diretamente. Há uma melhora significativa na vida dos usuários e o papel social do profissional aumenta com essa conquista.
No futuro a acessibilidade terá mais adesão de arquitetos e os resultados de uma sociedade mais diversa e participativa terá alcançado um patamar mais humano.
Vivencie essa transformação!
* Renata Lima de Mello é arquiteta e urbanista e trabalha há 10 anos com acessibilidade. Desde 2006 é sócia-diretora da Bio Arq - Soluções em Arquitetura.
Fonte: http://www.obra24horas.com.br/artigos/arquitetura/arquitetura-inclusiva---uma-nova-cultura
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Sustentabilidade: como inserir em seu condomínio?
Sustentabilidade é um assunto atual e, para muitos, pode parecer distante, mas o fato é que a prática de novos hábitos favoráveis ao Meio Ambiente já se tornaram realidade em muitos condomínios brasileiros, comerciais e residenciais. O movimento é uma tendência cada vez mais forte com várias possibilidades de implantação de medidas, como coleta seletiva de lixo ou reuso de água da chuva, até a instalação de programas completos de sustentabilidade, com a ajuda de profissionais especializados. As novas normas podem ser adaptadas tanto em condomínios já estabelecidos como em imóveis novos.
O primeiro passo é fazer um diagnóstico do condomínio para detectar as ações já existentes e quais podem ser colocadas em prática. A redução de custos é expressiva e pode trazer significa qualidade de vida para os moradores. As medidas para acompanhar o desempenho dos sistemas e gerenciamento do consumo de energia elétrica, estão entre as principais soluções, já que o custo é o principal ônus entre as despesas fixas.
O investimento na compra de equipamentos de baixo consumo, que tenham selos Procel ou Energy Star, será inevitável. Também é possível verificar a possibilidade de comprar energias renováveis (eólica, solar fotovoltaica, solar térmica, biomassa, PCH) que causem baixo impacto ambiental, seja por geração local ou através de compra de produtores, e estabelecer um procedimento para documentar as reduções de emissão de CO2.
Estudos do US Green Building Council (USGBC), entidade dos EUA responsável pela certificação LEED - Leadership in Energy and Environmental Design, tem como critério mundial o incentivo de construções e reformas com foco na sustentabilidade. O ganho em produtividade dos funcionários, que pode chegar a 16%, reduz em até 30% o consumo de energia, 50% o uso de água, 35% a emissão de gás carbônico, além de diminuir a poluição gerada pela construção e pela operação do empreendimento. Nos condomínios, os custos de manutenção e operação são até 40% menores, com vida útil prolongada.
Mudanças de hábitos simples, como: proibição do fumo nas áreas internas do empreendimento e nas áreas externas próximas a entradas, além de carpetes com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, instalação de sensores de CO2 em áreas de grande concentração de pessoas. A implantação de uma política de compras sustentável: utilizar produtos de limpeza de baixa toxicidade e adquirir equipamentos eficientes é um bom exemplo. Atualmente podemos contar com soluções praticas e de baixo custo.
Implantar capachos especiais para contenção de poeira em todas as entradas está entre as soluções simples que podem ser inseridas num curto espaço de tempo. Ter procedimento para garantia do desempenho acústico mínimo, estabelecer processo para a documentação de impacto na produtividade.
Inserir uma política séria de reciclagem de lixo, com separação, armazenamento e coleta de quaisquer tipos de recicláveis. Muitas são as vantagens desses processos. Entre elas, a redução de custos, com otimização energética e um grande aproveitamento de água. A principal preocupação deve ser evitar que materiais recicláveis possam acabar em aterros sanitários. Assim o projeto de sustentabilidade do seu condomínio também protege e auxilia a inclusão social. Existem cooperativas que recebem os materiais e fazem a sua separação e venda para as empresas.
Por aqui, ainda não há incentivos governamentais para que os edifícios tenham mais sustentabilidade ou recebam a certificação. No entanto, os próprios projetos sustentáveis viabilizam-se pelos benefícios que resultam. A certificação se dá por organismos independentes, como o Green Building Council Brasil.
O Instituto Brasil Ambiental (IBA) - www.ibabrasil.org.br - pode ajudar com alternativas eficazes para que boas ideias sejam colocadas em prática.
Fonte: Cruzeiro do Sul / * Flávio Amary é vice-presidente do Interior do Sindicato da Habitação no Estado de São Paulo (Secovi-SP) / Artigo veiculado em: 08/08/2014
O primeiro passo é fazer um diagnóstico do condomínio para detectar as ações já existentes e quais podem ser colocadas em prática. A redução de custos é expressiva e pode trazer significa qualidade de vida para os moradores. As medidas para acompanhar o desempenho dos sistemas e gerenciamento do consumo de energia elétrica, estão entre as principais soluções, já que o custo é o principal ônus entre as despesas fixas.
O investimento na compra de equipamentos de baixo consumo, que tenham selos Procel ou Energy Star, será inevitável. Também é possível verificar a possibilidade de comprar energias renováveis (eólica, solar fotovoltaica, solar térmica, biomassa, PCH) que causem baixo impacto ambiental, seja por geração local ou através de compra de produtores, e estabelecer um procedimento para documentar as reduções de emissão de CO2.
Estudos do US Green Building Council (USGBC), entidade dos EUA responsável pela certificação LEED - Leadership in Energy and Environmental Design, tem como critério mundial o incentivo de construções e reformas com foco na sustentabilidade. O ganho em produtividade dos funcionários, que pode chegar a 16%, reduz em até 30% o consumo de energia, 50% o uso de água, 35% a emissão de gás carbônico, além de diminuir a poluição gerada pela construção e pela operação do empreendimento. Nos condomínios, os custos de manutenção e operação são até 40% menores, com vida útil prolongada.
Mudanças de hábitos simples, como: proibição do fumo nas áreas internas do empreendimento e nas áreas externas próximas a entradas, além de carpetes com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, instalação de sensores de CO2 em áreas de grande concentração de pessoas. A implantação de uma política de compras sustentável: utilizar produtos de limpeza de baixa toxicidade e adquirir equipamentos eficientes é um bom exemplo. Atualmente podemos contar com soluções praticas e de baixo custo.
Implantar capachos especiais para contenção de poeira em todas as entradas está entre as soluções simples que podem ser inseridas num curto espaço de tempo. Ter procedimento para garantia do desempenho acústico mínimo, estabelecer processo para a documentação de impacto na produtividade.
Inserir uma política séria de reciclagem de lixo, com separação, armazenamento e coleta de quaisquer tipos de recicláveis. Muitas são as vantagens desses processos. Entre elas, a redução de custos, com otimização energética e um grande aproveitamento de água. A principal preocupação deve ser evitar que materiais recicláveis possam acabar em aterros sanitários. Assim o projeto de sustentabilidade do seu condomínio também protege e auxilia a inclusão social. Existem cooperativas que recebem os materiais e fazem a sua separação e venda para as empresas.
Por aqui, ainda não há incentivos governamentais para que os edifícios tenham mais sustentabilidade ou recebam a certificação. No entanto, os próprios projetos sustentáveis viabilizam-se pelos benefícios que resultam. A certificação se dá por organismos independentes, como o Green Building Council Brasil.
O Instituto Brasil Ambiental (IBA) - www.ibabrasil.org.br - pode ajudar com alternativas eficazes para que boas ideias sejam colocadas em prática.
Fonte: Cruzeiro do Sul / * Flávio Amary é vice-presidente do Interior do Sindicato da Habitação no Estado de São Paulo (Secovi-SP) / Artigo veiculado em: 08/08/2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Saiba tudo sobre Juntas do Piso de Concreto
Introdução
Há, na literatura técnica, uma grande lacuna no que se refere ao projeto de juntas. Com o objetivo de reduzir esta deficiência, estamos criando este artigo para apresentar as funções das juntas, tipos de juntas e forma correta de se tratar as juntas no piso de concreto.
Função das juntas
Todo piso industrial em concreto está sujeito a tensões devido a diversas causas, como retração do concreto, retrações e dilatações causadas por variações térmicas ou higrotérmicas, empenamento das placas e carregamento – seja ele estático (cargas distribuídas ou pontuais, como as de prateleiras) ou móvel (empilhadeiras de rodas pneumáticas ou rígidas). Parte dessas tensões provoca uma sensível redução da vida útil do pavimento.
O projeto deve prever dispositivos, detalhes construtivos, reforços estruturais e especificações de materiais adequados a cada tipo de solicitação.
Dentre estes dispositivos ou detalhes construtivos estão as juntas, definidas como um “detalhe construtivo que deve permitir as movimentações de retração e dilatação do concreto e a adequada transferência de carga entre placas contíguas, mantendo a planicidade, assegurando a qualidade do piso e o conforto de rolamento”. É importante ressaltar que as juntas devem permitir a adequada transferência de carga entre placas contíguas.
Quando se tem uma carga na proximidade da borda, existe uma deformação natural da placa de concreto do piso proporcional à magnitude da carga, espessura da placa, módulo de elasticidade dos materiais envolvidos e condições de suporte da placa, gerando a descontinuidade da superfície do piso, alterando as condições de rolamento, conforto e segurança.
A recomendação prática para placas de concreto simples é de que a relação entre largura e comprimento seja de 1:1,5.
Para os pavimentos armados esta relação fica por conta das questões executivas. Quando há adequada transferência de carga através de um dispositivo devidamente dimensionado, preparado e posicionado, tem-se assegurada a durabilidade do piso de concreto.
Tipo de Juntas
Para os pisos industriais, poucos são os tipos de juntas necessárias para que se tenha sucesso na realização da obra. As juntas podem ser classificadas em:
Junta Longitudinal de Construção (JC) – São juntas construtivas de um pavimento, sendo que o seu espaçamento está limitado pelo tipo de equipamento utilizado, geometria da área e índices de planicidade a serem obtidos. As juntas de construção podem possuir encaixes do tipo macho-e-fêmea ou utilizar barras de transferência.
Junta Serrada (JS) – o processo construtivo utilizado atualmente prevê a concretagem em faixas limitadas em sua largura pelas juntas longitudinais de construção. Logo após o processo de acabamento do concreto, deve-se iniciar o corte das juntas transversais de retração, também conhecidas como juntas serradas.
Um grande desafio das empresas que executam este tipo de obra é a determinação do melhor momento de início deste processo. Em geral, este tempo é cerca de 10 horas após o lançamento do concreto, porém, existe uma grande variação, de acordo com o tipo de cimento, temperatura ambiente, relação água/cimento, tipos e dosagem de aditivos, ventos e outros fatores externos.
O corte deve ter (Rodrigues & Cassaro, 1998) profundidade da ordem de 1/3 da espessura da placa, recomendando-se no mínimo 40mm.
Fonte: Impercia
Artigo veiculado em: 25/08/2014
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Mercado imobiliário esfria e setor reduz projeções
Os negócios na construção civil estão mais lentos do que o esperado por empresários, que passaram a rever suas estimativas de crescimento para 2014. Os problemas no setor provêm principalmente do desempenho fraco da economia brasileira e do calendário marcado por datas que desviam a atenção de consumidores, como o Carnaval tardio (realizado em março), a Copa do Mundo e as eleições.
Na cidade de São Paulo, maior mercado imobiliário do País, as vendas de imóveis residenciais novos acumuladas entre janeiro e maio foram de 7.982 unidades, 41,4% inferiores ao mesmo período do ano passado. No período, os lançamentos chegaram a 8.947 unidades, recuo de 14,0%. Esses resultados estão abaixo da expectativa inicial do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), que esperava que as vendas e lançamentos em 2014 ficassem estáveis ante 2013.
"Os números estão muito abaixo do que esperávamos. A chance de ter que rever um pouco pra baixo nossas projeções no ano é real", afirmou o presidente do Secovi-SP, Cláudio Bernardes. "A quantidade de visitas aos estandes está semelhante à do ano passado, mas o número de conversão de vendas caiu bastante. As pessoas têm mais preocupação sobre o futuro, o que tem lhes dado mais cautela antes de fechar os negócios", avaliou.
Bernardes disse que as empresas já contavam com o efeito negativo da economia mais fraca e do calendário neste ano, mas admitiu que esses fatores foram piores do que as expectativas. "O que pesou foi o dimensionamento do impacto dos fatores já previstos", explicou, citando o excesso de feriados em várias capitais, e o clima de incerteza por conta das eleições.
O esfriamento do mercado respingou no preço dos imóveis, que cresce cada vez menos. De acordo com a pesquisa FipeZap, o preço das moradias na cidade de São Paulo acumula alta de 4,41% no primeiro semestre. O montante é quase um terço do verificado nos últimos 12 meses, quando bateu os 12,3%, o que demonstra forte desaceleração.
"Uma boa parte da culpa pelo desaquecimento do mercado imobiliário está mesmo na atividade mais fraca da economia brasileira de um modo generalizado", afirmou o coordenador da pesquisa FipeZap, Eduardo Zylberstajn. "Mas os preços dos imóveis subiram muito, então hoje tem de fato menos gente em condições de pagar por eles", ponderou.
Zylberstajn disse também que as condições para compra da habitação pioraram do ano passado para cá, com juros mais caros. Conforme dados do Banco Central, a taxa média de juros do financiamento imobiliário passou de 7,84% ao ano em maio de 2013 para 9,52% ao ano em maio de 2014. "O crédito ainda é um facilitador, mas ele já não consegue mais aumentar o poder de compra como ocorreu no passado", ressaltou.
Cortes
Caso o Secovi-SP confirme o ajuste nas suas projeções, ele vai se juntar a outras três entidades. Em maio, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) baixou de 4,5% para 3,0% sua estimativa de alta no faturamento em 2014. Depois dela, foi a vez do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) reduzir de 2,8% para a faixa de 1,0% a 2,0% sua previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor neste ano.
A última a ajustar seus números, na semana passada, foi a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que cortou praticamente pela metade sua projeção de avanço no faturamento em 2014, passando de 7,2% para 3,5%.
"O varejo de materiais depende muito de cada dia de venda. E os feriados causaram uma perda muito grande", disse Cláudio Conz, presidente da Anamaco. "E há um estado de espírito ruim, um certo temor sobre como a economia brasileira vai andar. Isso afetou as vendas", completou, citando que muitas obras para reformas e ampliações de residências foram adiadas. Entre janeiro e junho deste ano, as vendas de materiais de construção foram 3,5% menores do que nos mesmos meses do ano passado.
Já para o Sinduscon-SP, a decisão de rever suas estimativas se baseou na queda no ritmo de crescimento do número de trabalhadores no setor. No fim de maio, havia 3,525 milhões de pessoas empregadas na construção no País, montante apenas 0,42% maior do que no mesmo mês de 2013.
"A estabilização do nível de emprego reflete a retração no crescimento dos investimentos", afirmou Sérgio Watanabe, presidente do sindicato. "No caso da cidade de São Paulo, onde o nível de emprego na construção voltou ao patamar de um ano atrás, as incertezas com relação ao Plano Diretor também pesaram", completou, referindo-se à mudança na legislação que aumentou as restrições para uso dos terrenos e tamanhos das edificações na capital paulista.
Perspectivas
Os próximos meses de 2014 ainda preocupam os empresários porque não há perspectiva de melhora no quadro econômico do País no curto prazo. No entanto, alguns fatores podem ajudar os negócios da construção.
Conz, da Anamaco, acredita que muitas obras residenciais adiadas no primeiro semestre ainda serão colocadas em prática nos próximos meses. Outro ponto importante, segundo ele, é que os fundamentos que sustentam tanto a comercialização de materiais de construção quanto de imóveis continuam consistentes, com bons níveis de emprego e renda da população, além de disponibilidade de crédito. "Não é uma situação de desastre para o setor. Um pouquinho de sinalização positiva e os negócios voltarão a melhorar. Isso deve acontecer depois da Copa", afirmou.
Bernardes, do Secovi-SP, lembrou que as vendas e lançamentos de imóveis costuma ser maiores no segundo semestre, com tendência de recuperação após as férias de julho. Em relação aos preços, ele admitiu que pode haver reduções pontuais em alguns bairros de São Paulo onde os valores das unidades e os estoques estão mais elevados. "Em algumas regiões, o preço pode estar mais esticado, então pode ter algum ajuste. Mas não é um processo generalizado na cidade", afirmou.
Fonte: Agência Estado
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Lajes: Steel Deck
O Steel Deck é uma laje composta por uma telha de aço galvanizado e uma camada de concreto. O aço, excelente material para trabalhar a tração, é utilizado no formato de uma telha trapezoidal que serve como fôrma para concreto durante a concretagem e como armadura positiva para as cargas de serviço.
Conformado a frio e cobrindo uma largura útil de 820 a 840 mm, o Steel Deck possui nervuras largas e com a utilização de conectores de cisalhamento (stud bolts) permite a interação do concreto com o aço o que possibilita o cálculo de vigas mistas, permitindo uma redução do peso da estrutura.
Fabricado com o aço especial galvanizado , pode ser encontrado nas espessuras 0,80 mm, 0,95 mm e 1,20 mm, com um comprimento de até 12 metros.
Um ponto forte desse sistema é a integração das virtudes do aço e do concreto. O steel deck consiste na utilização de uma fôrma permanente de aço galvanizado, perfilada e formada a frio. Nesse sistema, o aço trabalha como fôrma para concreto durante a concretagem e como armadura positiva para as cargas de serviço. Para favorecer a aderência do concreto ao aço são conformadas massas e ranhuras na chapa metálica que serve de superfície de ancoragem. O steel deck é composto, ainda, por telas eletrossoldadas, que atuam como armadura negativa e ajudam a prevenir trincas superficiais na laje.
Podendo ser utilizado tanto em edificações em estrutura metálica, como em estrutura em concreto, essa solução construtiva competitiva principalmente em situações onde os vãos variam de 2m a 4m. Nessa condição, a laje mista dispensa escoramentos e, consequentemente, agiliza o cronograma da obra.
As lajes steel deck apresentam bom comportamento em situação de incêndio. A presença da fôrma de aço é suficiente para assegurar a estanqueidade e o isolamento térmico pode ser garantido por uma espessura de concreto adequado sobre as nervuras. A resistência estrutural ao fogo é de no mínimo 30 minutos e, se necessário, pode ser aumentada para até 120 minutos pelo uso de armadura positiva adicional colocada, por exemplo, no interior das nervuras.
Dentre as muitas vantagens para a construção, destacam-se as seguintes: alta qualidade de acabamento da laje; dispensa escoramento e reduz os gastos com desperdício de material; facilidade de instalação e maior rapidez construtiva.
O Steel Deck funciona como plataforma de serviço e proteção aos operários que trabalham nos andares inferiores, propiciando maior segurança.
Apresenta facilidade para a passagem de dutos das diversas instalações, favorecendo também a fixação de forros. Todas essas vantagens resultam em praticidade, economia e maior retorno financeiro do empreendimento.
Sua montagem é realizada independente das condições atmosféricas e permite incorporar facilmente canalizações, fios elétricos, bem como tirantes para sustentação de forro.
O Steel Deck também pode ser pintado eletrostaticamente em sua face inferior, e constitui com a estrutura metálica um sistema construtivo de alta eficiência, com grande aplicação na construção de centros de convenções, shoppings, edifícios comerciais e residenciais, hotéis, hospitais, escolas, conjuntos habitacionais, garagens e mezaninos, além de edifícios industriais em geral.
Virtudes e cuidados
Ao eliminar parcialmente ou totalmente a necessidade de escoramentos para a execução das lajes, o steel deck diminui custos (com aluguel, montagem e desmontagem, por exemplo), bem como mão-de-obra. A dispensa do escoramento reflete, ainda, no cronograma da obra, já que permite o trabalho em vários pavimentos simultaneamente e a execução das lajes deixa de estar condicionada ao tempo de endurecimento do piso de concreto.
Outra vantagem: o projeto estrutural pode tirar proveito da geometria das lajes para facilitar a passagem de dutos das instalações, bem como a fixação de forros.
Mas para assegurar a obtenção de todas as vantagens importante que esse sistema construtivo seja previsto ainda na fase de projeto. A adoção do steel deck durante essa etapa permite uma avaliação correta do comportamento em conjunto dos materiais que o compõem (aço e concreto).
Também é igualmente importante dedicar atenção à execução que deve garantir o correto posicionamento e fixação da fôrma metálica na estrutura de apoio, a distribuição uniforme do concreto durante a concretagem e a colocação de arremates de contenção lateral do concreto.
Normas técnicas
O steel deck ainda não possui normas técnicas nacionais. Mas há vários textos normativos que servem de referência aos projetistas. Entre eles, a NBR 6118 (Projeto de Estrutura de Concreto - Procedimento), a NBR 8800 (Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios), a NBR 10735 (Chapas de Aço de Alta Resistência Mecânica Zincadas) e a NBR 14323 (Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio - Procedimentos). Outras normas internacionais, como as da ASTM (American Society for Testing and Materials), também podem servir de referência aos profissionais
Fonte: http://www.metalica.com.br/lajes-steel-deck
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Para que serve um muro de arrimo na construção
Um muro de arrimo, ou parede de retenção, é uma estrutura de estabilização usada para segurar o chão inclinado no lugar e para evitar a erosão e o movimento do solo, especialmente em atividades na construção civil. Uma parede de retenção deve ser substancial e resistente na estrutura de modo a acomodar e redistribuir a pressão causada pela inclinação do solo.
O muro é normalmente projetado com orifícios de infiltração, que permitem recolher a água subterrânea antes de ela escapar. Isso libera a pressão adicional criada pela água acumulada e auxilia a manter o muro de contenção estável.
Vários materiais diferentes podem ser usados para construir uma parede de retenção. Pedra e concreto são usados frequentemente, e há blocos especiais de retenção criados a partir de materiais agregados e betão, materiais que são projetados para essa finalidade. Existem alguns estilos de muro de arrimo, tornando a montagem mais simples, menos onerosa e menos demorada, porque cada bloco se encaixa de forma segura com o próximo bloco. Porque o ajuste destes blocos é seguro, a tarefa não requer a adição de argamassa.
Erguer uma parede de retenção pode ter uma série de passos ou fases, o que permite um design mais atraente, bem como mais eficiente no controle da erosão. O projeto pode incluir diferentes tipos de plantações, flores ou materiais em cada camada para trazer mais cor, textura e estética para a área. Além do valor estético, um design diferenciado também proporciona melhor controle de erosão por quebrar a quantidade de solo e, portanto, reduzir a pressão.
Pedras grandes e dormentes foram muitas vezes utilizados para construir um muro em camadas de retenção no passado. Hoje, há muitos estilos e tipos de blocos de arrimo, e a maioria das pessoas escolhe os tipos de blocos pré-moldados. Estes blocos são acessíveis e fáceis de usar, tornando outros métodos um pouco obsoletos, a não ser pela aparência, em que a pedra bruta ou a madeira estão entre os materiais preferidos.
Via Manutenção & Suprimentos; http://blogdaengenharia.com/para-que-serve-um-muro-de-arrimo-na-construcao/; por Eduardo Cavalcanti
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