A indústria da construção gera, só no Brasil, cerca de 38 milhões de toneladas de resíduo por ano - 57% de todo o descarte nacional de materiais. Para quem pratica a sustentabilidade, este é um problema a ser solucionado, e que a adoção de métodos de reciclagem de entulhos ajuda a minimizar.
De acordo com a engenheira ambiental e coordenadora de obras sustentáveis do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), Jessica Iervolino Guimarães, “a reciclagem transforma resíduos da construção em matéria-prima de qualidade para agregados, aumenta a vida útil dos aterros, reduz a pressão sobre os recursos naturais e traz vantagens sociais e econômicas, porque gera emprego e renda em recicladoras e cooperativas”.
A resolução federal 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) define quatro classes de resíduos: A (solo, cimentícios e cerâmicos), B (papel, plástico, papelão, madeira, gesso, isopor), C (não há tecnologia de reciclagem) e D (resíduos perigosos – tintas, solventes, óleos) - sendo que A e B podem ser reciclados.
Resíduos A podem ser britados no canteiro de obras com britadores móveis, ou encaminhados às áreas de reciclagem. Para viabilizar seu reuso, é preciso que estejam em boas condições de triagem, separados de outros materiais, como gesso e entulho vermelho (telhas e tijolos de barro ou blocos cerâmicos).
A engenheira conta que a maioria das áreas de britagem prefere resíduos cinzas – resultante de blocos de concreto ou argamassa - aos vermelhos, porque têm maior resistência mecânica. Misturar o vermelho pode comprometer a qualidade final do produto, que não tomará a forma de agregado, mas será mais fino e arenoso.
Campos de britagem que aceitam resíduo A misturado (cinza com vermelho) cobram valor maior pela caçamba cheia, pois o entulho terá de ser triado e separado. “O melhor é ter, no canteiro, uma caçamba para resíduos cinzas e outra para resíduos vermelhos”, indica.
Já os resíduos B podem ser encaminhados às áreas de transbordo e triagem, onde serão reciclados ou enviados às cooperativas que comercializam o material. Poucas empresas reciclam gesso e isopor:
“Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que atribui responsabilidade compartilhada a geradores, transportadores e gestores municipais de resíduos, é esperado, para 2014, maior incentivo pela busca de novas tecnologias de tratamento e reciclagem desses materiais”, diz Guimarães.
A PNRS, desde 2010, estabelece que cabe aos municípios definir políticas municipais de gestão de resíduos da construção, o que inclui a criação de pontos de coleta. Aos construtores, caberá fazer esta gestão na esfera de cada um de seus empreendimentos.
Fonte: http://www.mapadaobra.com.br
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